“Famílias, abram os olhos
para o século XXI!”. Com esse enunciado, o Movimento Familiar Cristão do Brasil
vai para o seu 18º Encontro Nacional que acontecerá na cidade Vitória da
Conquista – Bahia, de 06 a 12 de julho de 2013 e pretende chamar a atenção da
sociedade para que todos compreendam a necessidade e urgência em recolocar as
famílias no centro das atenções das religiões e do Estado, implementando
políticas públicas destinadas às famílias. Por outro lado, clama para que as
famílias se compenetrem do papel protagonista que as mesmas têm para a
construção de um mundo melhor e mais justo para todos.
O primeiro módulo para
nortear o debate “A CRISE PARADIGMÁTICA DA MODERNIDADE E AS IMPLICAÇÕES NO UNIVERSO
FAMILIAR”, produzido pelo professor Mário Antonio Betiato, faz uma breve análise
histórica, sem aprofundar sobre a experiência socialista no mundo. De passagem,
cita a China e Cuba sem, no entanto, trazer qualquer dado sobre a relação Estado,
famílias, políticas de amparo, educação, cultura, saúde, transporte,
comunicação, etc.
Creio que o professor cumpre
o seu papel em nos provocar, sacudindo tudo o que está posto radicalmente. Afirmar
que as utopias pela construção de um mundo melhor para todos se sucumbiram, não
é verdade. Nós, cristãos e mfecistas, continuamos acreditando e trabalhando incansavelmente
pela construção de um mundo justo e fraterno, alcançando especialmente a
população marginalizada. Não podemos fechar os olhos e não podemos deixar de admitir
que no Brasil, nos últimos 12 anos, fruto do crescimento econômico acompanhado
de variadas políticas públicas, chegou aos lares de muitas famílias
anteriormente desassistidas.
Karl Marx, em seus escritos
ainda atuais, dota a classe trabalhadora de um instrumento de orientação
cientifica capaz de reverter sua precária situação, detalhando como
se dá a mais valia, que a história da sociedade é a história da luta de classes
e da exploração do homem pelo homem. Entendia inclusive, que as mudanças
pensadas por ele com base na realidade analisada, aconteceriam na Inglaterra,
por ser exatamente o país onde as forças econômica, cultural e social
atingiriam o ápice e que as mudanças sociais ocorreriam com esse
desenvolvimento com a abolição da propriedade e que cada um teria
de acordo com o seu trabalho.Marx não escreveu que haveria uma igualdade social
econômica linear, tampouco que uma sociedade suportaria manter aqueles que
vivem como sanguessugas. Os marxistas em suas mais variadas interpretações
distorcem o original.
O neoliberalismo sim, essa
fase superior do capitalismo, onde a financeirização,consumismo,domínio das
grandes redes de comunicação,farmacos e alimentos, tudo abarcou, inclusive
transformando o homem e a mulher em mercadorias, merece uma análise mais
apurada da nossa parte, inclusive nos preparando para contribuir no
enfrentamento desse leviatan. Esses momentos que estamos vivenciando, os
princípios familiares não importam, onde prevalece o egocentrismo, o eu, a
razão, o ter. É verdade que o homem se tornou coisa como previu Marx e Engels
no Manifesto do Partido Comunista de 1848. No mais, concordo com a análise do
professor.
Eduardo Moraes
ECCi Vitória da Conquista -
Bahia
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