segunda-feira, 18 de março de 2013

Campanha Dia nacional de Contribuição


Prezados MFCistas.
Paz e Bem!
 
Amanhã, dia 19,
 iniciaremos a Campanha do Dia Nacional de Contribuição
em prol do 18º ENA a realizar-se,
 de 06 a 12 /julho/2013,
em Vitória da Conquista - Bahia.
Contamos com a generosa contribuição de todos.
 
Fraternalmente,
Equipe do CONDIN



sexta-feira, 15 de março de 2013

Correio MFC 315





“Deixa a Cúria, Pedro”


Pela primeira vez, os cardeais eleitores do Papa recebem, de um bispo, um poema. O autor da poesia é o bispo emérito de São Félix do Araguaia/MT, o religioso catalão d. Pedro Casaldáliga, um dos representantes mais expressivos da Teologia da Libertação. (Carta Maior 04/03/2013 - Dermi Azevedo)

De Pedro do Araguaia para o Pedro de Roma
Deixa a Cúria, Pedro,
Desmonta o sinédrio e as muralhas,
Ordene que todos os pergaminhos impecáveis sejam alterados
pelas palavras de vida, de amor.
Vamos ao jardim das plantações de banana,
revestidos e de noite, a qualquer risco,
que ali o Mestre sua o sangue dos pobres.
A túnica/roupa é essa humilde carne desfigurada,
tantos gritos de crianças sem resposta,
e memória bordada dos mortos anônimos.
Legião de mercenários assediam a fronteira da aurora nascente
e César os abençoa a partir da sua arrogância.
Na bacia arrumada, Pilatos se lava, legalista e covarde.
O povo é apenas um “resto”,
um resto de esperança
Não O deixe só entre os guardas e príncipes.
É hora de suar com a Sua agonia,

É hora de beber o cálice dos pobres
e erguer a Cruz, nua de certezas,
e quebrar a construção – lei e selo – do túmulo romano,
e amanhecer
a Páscoa.
Diga-lhes, diga-nos a todos
que seguem em vigor inabalável,
a gruta de Belém,
as bem-aventuranças
e o julgamento do amor em alimento.
Não te conturbes mais!
Como você O ama,
ame a nós,
simplesmente,
de igual a igual, irmão.
Dá-nos, com seus sorrisos, suas novas lágrimas,
o peixe da alegria,
o pão da palavra,
as rosas das brasas…
… a clareza do horizonte livre,
o mar da Galileia, ecumenicamente, aberto para o mundo.


http://www.portugues.rfi.fr/sites/portugues.filesrfi/dynimagecache/315/204/3746/2799/344/257/sites/images.rfi.fr/files/aef_image/concurso%20de%20fotos.jpg
Rasgar os corações para reinventar a igreja Faustino Teixeira *
O profeta diz: “Rasgai os vossos corações e não as vossas roupas” (Jl 2,13). Diz o papa: “Mesmo nos nossos dias, muitos estão prontos para rasgar as vestes diante de escândalos e injustiças, naturalmente cometidas por outros, mas poucos parecem disponíveis para agir sobre seu próprio coração”.  Tudo indica que entre as razões de sua renúncia não estejam apenas as referidas razões de saúde, mas também o esgotamento provocado pelas “lutas de poder internas” que contaminam a cúria romana.
Em editorial do jornal italiano Corriere della Sera (13/02/2013), seu diretor, Ferrucio de Bortoli trata do anúncio da renúncia de Bento XVI. O título é forte: “Uma frágil grandeza”. Aborda o delicado tema do “tormento interior” que também contribuiu para a decisão de Bento XVI. Teólogo de relevo, mas de gabinete, o papa Ratzinger não estava preparado para lidar com as querelas cotidianas da cúria romana e das espinhosas questões da vida da igreja. O autor sugere que nos últimos tempos, o sentimento de solidão deve ter sido “devastador” para ele. Foi se sentindo cada vez mais só...  Em clássica obra sobre o pontificado do papa Ratzinger, Marco Politi sublinha que o papa “experimenta o fracasso de decisões que imaginava profícuas, dá-se conta da ineficiência de quem na cúria deveria sustentá-lo e assiste impotente a uma revolta que se propaga nos meios de comunicação. Coisa ainda mais amarga: é obrigado a abrir os olhos para a rachadura radical do mundo católico com respeito à sua linha”. Encorajado pela insensibilidade de uma cúria mais voltada para os “jogos de poder” e pelas “lutas fratricidas”, acabou firmando sua decisão de renunciar ao cargo.
As resistências da cúria foram crescendo na medida em que o papa assumiu para si a responsabilidade de questionar certos abusos em curso na igreja, sobretudo no âmbito da pedofilia. Num dos documentos mais contundentes de seu pontificado, a carta aos católicos da Irlanda, em março de 2009, resolve denunciar “o grito dos inocentes” e reconhecer os graves pecados da igreja nesse campo dos abusos sexuais. Expressa com vigor, em nome da igreja, sua “vergonha e remorso”. É a primeira vez que um papa reconhece coletivamente a culpa da instituição eclesiástica pelos abusos cometidos ao longo dos anos por seus membros. Bento XVI rompe também com outro “muro de silêncio” ao ordenar uma investigação mais séria sobre o fundador dos Legionários de Cristo, Marcial Maciel Degollado, acusado de abusos sexuais reincidentes contra seminaristas. Tudo isso irritou segmentos conservadores da cúria, que preferiam manter o tradicional silêncio a respeito.
Mas como diz com acerto Marco Politi, em artigo publicado no dia 14/02/2013 no Il Fatto Quotidiano, a solidão em que o papa se viu envolvido, tem a ver com os colaboradores que ele próprio escolheu ao longo de sua atuação no Vaticano e a carência de eficiência nas estratégias de realização de seu projeto. Como diz o adágio espanhol: “Cria cuervos que ellos te sacarán los ojos”. Essa é a verdade. O que acabou ocorrendo em âmbito mundial, foi uma crescente desafeição dos fiéis e da opinião pública com respeito à instituição igreja e também ao seu líder, como também mostrou Politi em seu ousado artigo.
Trata-se de um pontificado turbulento, dizem os analistas, pontuado por muitas indefinições e gafes: envolvendo posicionamentos negativos sobre os gays e os preservativos, sobre o celibato eclesial, a atuação das mulheres, de impasses na relação com o islã, titubeios ecumênicos, concessões aos lefebvreanos, infeliz reedição da oração de sexta feira santa que tanto desagradou segmentos do judaísmo e posicionamentos críticos contra o pensamento teológico mais aberto. Politi sublinha que a obsessiva repetição dos “princípios não negociáveis” provocou, na verdade, “um cisma subterrâneo, silencioso mas profundo, no âmbito do Povo de Deus”.
A renúncia do papa foi talvez sua “única grande reforma”, como salientou Politi. Não foi um gesto qualquer, mas um ato de governo de grande alcance, um profundo ato de “magistério espiritual”. Daí ter provocado novamente a irritação da ala conservadora da igreja. Um ato que guarda consigo um significado preciso, de “dessacralização” de um cargo, de visualização de seu limitado alcance. Como pontuou Ernesto Galli em editorial do jornal Corriere della Sera (13/02/2013), o gesto de Bento XVI coloca em discussão “o modo de ser da estrutura central do governo da igreja”, abrindo também espaço para sinalizar os limites da própria instituição, os costumes arraigados e os sombrios jogos de poder.
Com a renúncia abrem-se novas possibilidades de mudança no campo eclesial, como mostrou John L. Allen Jr., em artigo publicado na Folha de São Paulo (14/02/2013). Ela pode, “na realidade, abrir espaço para um conclave mais inclinado a colocar a igreja num rumo diferente”, e ele indica três razões: a quebra de normalidade, com a possibilidade de surpresas no âmbito de uma tradição tão conservadora; o indício de que “a igreja precisa de um reinício”; e a realização de um conclave “livre do efeito funeral”, favorecendo um espaço de mais liberdade para decisões novidadeiras.
Coloca-se agora em evidência a necessidade de uma reinvenção da igreja, de um novo tonus spiritual que ilumine a instituição e seus fiéis para fazer frente à crise atual da cristandade. Trata-se de um aceno importante para o conclave que se anuncia. A necessidade da presença de um pastor autêntico para guiar a comunidade dos cristãos, de alguém que saiba comunicar, antes de tudo, vida e esperança, mais que simples conhecimento teológico. Que saiba erguer sua voz ativa e profética contra as dores do mundo e mostrar a dignidade de todos, sobretudo dos mais excluídos e espoliados. O novo pontífice deve ser alguém, como mostrou com acerto Juan Arias, “capaz de entender que o mundo está mudando rapidamente e que de nada serve à igreja continuar levantando muros para impedir que lhe cheguem os gritos de mudança que provêm de grande parte da própria cristandade”.  
* Doutor em Ciências da Religião, Professor de Pós Graduação em Ciências da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora.


Carta de Evo Morales ao Papa em audiência no Vaticano
Lunes, 17 de mayo de 2010
CIUDAD DEL VATICANO (EFE) — En una visita al Vaticano, el presidente de BoliviaEvo Morales, le entregó una carta al papa Benedicto (Bento) XVI para pedirle la abolición del celibato, que las mujeres tengan acceso al sacerdocio, y la "humanización y democratización de la estructura clerical".
El propio Morales contó de la carta después de los 25 minutos que tuvo a solas con el Papa, en la Biblioteca Privada del Pontífice.

En la misiva, Morales enlista que es un “miembro de la Iglesia católica” y “cristiano de base”.El presidente boliviano escribe que, tras reflexionar "sobre las lecciones de amor, justicia, igualdad y entrega al prójimo de Nuestro Señor Jesucristo", decidió "proponer muy respetuosamente al Papa la necesidad de superar la crisis de la Iglesia, que como usted dijo, está herida y en pecado".

"Es imprescindible democratizar y humanizar su estructura clerical. Democratizarla para que todas las hijas e hijos de Dios se le reconozcan los mismos derechos religiosos y que las mujeres puedan tener las mismas oportunidades que los hombres para ejercer plenamente el sacerdocio", escribe.

Morales agregó en la carta que la Iglesia "no tiene que negar una parte fundamental de nuestra naturaleza como seres humanos y debe abolir el celibato (sacerdotal)".

De terminarse el celibato, "habrá menos hijas e hijos no reconocidos por sus padres y así podremos sincerarnos ante la realidad", opina Evo Morales.

"Del mismo modo y con mucha decisión debemos proteger a nuestros niños de quienes valiéndose de la confianza que debe inspirar un sacerdote abusan de ellos. Quienes comenten estas atrocidades pecan y también delinquen", añade el presidente boliviano.
Evo Morales invitó al Papa a visitar Bolivia y le regaló una bufanda blanca de alpaca y dos pequeñas figuras en madera de dos campesinos del altiplano boliviano

sexta-feira, 8 de março de 2013

Correio MFC 313

Não me proponho apresentar um balanço do pontificado de Bento XVI, coisa que foi feita com competência por outros. Para os leitores talvez seja mais interessante conhecer melhor uma tensão sempre viva dentro da Igreja e que marca o perfil de cada Papa.
http://esportes.r7.com/blogs/silvio-lancellotti/files/2013/02/papa-costas.jpg

Que tipo de Papa?

As tensões internas da Igreja atual

Leonardo Boff*


A questão central é esta: qual a posição e a missão da Igreja no mundo? Antecipamos dizendo que uma concepção equilibrada deve assentar-se sobre duas pilastras fundamentais: o Reino e o mundo. O Reino é a mensagem central de Jesus, sua utopia de uma revolução absoluta que reconcilia a criação consigo mesma e com Deus. O mundo é o lugar onde a Igreja realiza seu serviço ao Reino e onde ela mesma se constrói. Se pensarmos a Igreja demasiadamente ligada ao Reino, corre-se o risco de espiritualização e de idealismo. Se demasiadamente próxima do mudo, incorre-se na tentação da mundanização e da politização. Importa saber articular Reino-Mundo-Igreja. Ela pertence ao Reino e também ao mundo. Possui uma dimensão histórica com suas contradições e outra transcendente.
Como viver esta tensão dentro do mundo e da história? Apresentam-se dois modelos diferentes e, por vezes, conflitantes: o do testemunho e o do diálogo. O modelo do testemunho afirma com convicção: temos o depósito da fé, dentro do qual estão todas as verdades necessárias para a salvação; temos os sacramentos que comunicam graça; temos uma moral bem definida; temos a certeza de que a Igreja Católica é a Igreja de Cristo, a única verdadeira; temos o Papa que goza de infalibilidade em questões de fé e moral; temos uma hierarquia que governa o povo fiel; e temos a promessa de assistência permanente do Espírito Santo. Isto tem que ser testemunhado face a um mundo que não sabe para onde vai e que por si mesmo jamais alcançará a salvação. Ele terá que passar pela mediação da Igreja, sem a qual não há salvação.
Os cristãos deste modelo, desde Papas até os simples fiéis, se sentem imbuídos de uma missão salvadora única. Nisso são fundamentalistas e pouco dados ao diálogo. Para que dialogar? Já temos tudo. O diálogo é para facilitar a conversão e é um gesto de civilidade. O modelo do diálogo parte de outros pressupostos: O Reino é maior que a Igreja e conhece também uma realização secular, sempre onde há verdade, amor e justiça; o Cristo ressuscitado possui dimensões cósmicas e empurra a evolução para um fim bom; o Espírito está sempre presente na história e nas pessoas do bem; Ele chega antes do missionário, pois estava nos povos na forma de solidariedade, amor e compaixão. Deus nunca abandonou os seus e a todos oferece chance de salvação, pois os tirou de seu coração para um dia vive rem felizes no Reino dos libertos. A missão da Igreja é ser sinal desta história de Deus dentro da história humana e também um instrumento de sua implementação junto com outros caminhos espirituais. Se a realidade tanto religiosa quanto secular está empapada de Deus devemos todos dialogar: trocar, aprender uns dos outros e tornar a caminhada humana rumo à promessa feliz, mais fácil e mais segura.
O primeiro modelo do testemunho é da Igreja da tradição, que promoveu as missões na África, na Ásia e na América latina, sendo até cúmplice em nome do testemunho da dizimação e dominação de muitos povos originários, africanos e asiáticos. Era o modelo do Papa João Paulo II que corria o mundo, empunhando a cruz como testemunho de que ai vinha a salvação. Era o modelo, mais radicalizado ainda, de Bento XVI que negou o título de "Igreja" às igrejas evangélicas, ofendendo-as duramente; atacou diretamente a modernidade pois a via negativamente como relativista e secularista. Logicamente não lhe negou todos os valores mas via neles como fonte a fé cristã. Reduziu a Igreja a uma ilha isolada ou a uma fortaleza, cercada de inimigos por todos os lados contra os quais importa se defender.
O modelo do diálogo é o do Concílio Vaticano II, de Paulo VI e de Medellín e Puebla na América Latina. Viam o cristianismo não como um depósito, sistema fechado com o risco de ficar fossilizado, mas como uma fonte de águas vivas e cristalinas que podem ser canalizadas por muitos condutos culturais, um lugar de aprendizado mútuo porque todos são portadores do Espírito Criador e da essência do sonho de Jesus.
O primeiro modelo, do testemunho, assustou a muitos cristãos que se sentiam infantilizados e desvalorizados em seus saberes profissionais; não sentiam mais a Igreja como um lar espiritual e, desconsolados, se afastavam da instituição mas não do Cristianismo como valor e utopia generosa de Jesus.
O segundo modelo, do diálogo, aproximou a muitos pois se sentiam em casa, ajudando a construir uma Igreja-aprendiz e aberta ao diálogo com todos. O efeito era o sentimento de liberdade e de criatividade. Assim vale a pena ser cristão. Esse modelo do diálogo se faz urgente caso a instituição-Igreja quiser sair da crise em que se meteu e que atingiu seu ponto de honra: a moralidade e a espiritualidade (os pedófilos, o roubo de documentos secretos e problemas graves de transparência no Banco do Vaticano).
Devemos discernir com inteligência o que atualmente melhor serve à mensagem cristã no interior de uma crise ecológica e social de gravíssimas consequências. O problema central não é a Igreja mas o futuro da Mãe Terra, da vida e da nossa civilização. Como a Igreja ajuda nessa travessia? Só dialogando e somando forças com todos.
13 de fevereiro de 2013



http://www.opopularns.com.br/upload/noticias/pobreza-capa.jpg
Ainda a opção pelos pobres
Helio Amorim
Movimento Familiar Cristão


Um desafio exigente: adesão à luta dos pobres e espoliados contra os mecanismos de exclusão que os condenam à desumanização. Assumir a causa dos excluídos e apostar tudo na construção de uma sociedade justa e solidária, em que haja equidade na distribuição da riqueza, com a superação do absurdo abismo que separa ricos e pobres, uma afronta intolerável ao projeto de Deus.
Jesus fez essa opção. Não há discursos e exegeses conciliadoras capazes de atenuar essa escolha conflitiva de Jesus pelos excluídos da sociedade de seu tempo. "Felizes vocês, pobres... Ai de vocês, ricos..." - é esse, na versão de Lucas, o discurso de Jesus sobre a Boa Nova que, segundo ele, é justamente anunciada aos pobres. Na verdade, esse discurso está longe de ser uma boa notícia ou evangelho, para os ricos. Se anunciamos que os oprimidos serão libertados da opressão, essa é uma boa notícia para eles, mas uma notícia preocupante para aqueles que os oprimem. Se lutamos para que aumente a sua fatia na partilha do bolo, estaremos avisando que vai diminuir a parte dos que o comiam sozinhos.
A lógica é irrefutável. O atendimento às reivindicações das classes mais pobres atinge os privilégios das classes favorecidas. Lutar por esse objetivo no interior da própria classe, nas associações, sindicatos, partidos e outras entidades formadas por pessoas, famílias ou grupos das classes médias, equivalerá a uma espécie de "traição de classe". Assim será interpretado por muitos. A rejeição é esperada. Este é o desafio.
Na associação de moradores, seria lutar pelo atendimento prioritário das necessidades da população favelada do bairro, mesmo em prejuízo das justas reivindicações dos demais moradores. Nos sindicatos patronais será defender até ou além do limite máximo, as propostas das classes trabalhadoras, com os argumentos claros e veementes de quem fez uma verdadeira opção pelos pobres. No exercício de funções públicas e na militância partidária, há de ser a promoção das mudanças estruturais que levem à equidade e à justiça, em benefício dos excluídos, conhecendo a inflexível matemática que indica os consequentes danos para as classes privilegiadas.
Talvez ir mais longe e colocar os talentos e recursos técnicos e intelectuais das classes médias a serviço dos movimentos de libertação que surgem das classes populares. Estas têm a força propulsora irresistível para exigir as transformações urgentes de estruturas sociais injustas. Nas classes médias estão muitos dos que serão capazes de ajudar na elaboração de novos projetos políticos, com o seu instrumental técnico e intelectual.
Esse pacto de classes, que estabelece uma relação intercultural funcional e eficaz, pode ser decisivo num processo de libertação, desde que os parceiros das classes privilegiadas não se arroguem o papel de condutores do processo, que cabe àqueles que lhe dão força e consistência. Cabe-lhes, sim, incentivar a organização dos setores populares mas não lhes cabe conduzir essa organização. Deles se espera que ajudem a traduzir em formulações adequadas as autênticas aspirações das classes a que querem servir. A eles não se pede que elaborem ideologias de gabinete para as quais pretendam a adesão das classes populares, modalidade de ranço populista finalmente ultrapassada.
A atitude que se espera dos cristãos que deram esse passo é a de serviço desinteressado, talvez pouco gratificante para os que deles pudessem esperar certo prestígio pessoal que não afina com o espírito dessa opção.
Esses cristãos encarnam a versão de Mateus sobre o mesmo discurso de Jesus: "Felizes os pobres em espírito...", com que o evangelista inclui aqueles que não sendo pobres, aderiram à sua causa e, em muitos casos, deram a vida por ela.

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPJDs9U0lrc-46jxrgWE7_Bp7HbSH1RVUghqsBuKMS6WCu4Zjs_izng9y4vKrJMJTy9_bb4ZGzNMnLQ-GUnimMVEYGg7DoCNu0I_402QR1nawb7nv4eekJg50D0B42vSxI3Q2klbntGuAw/s1600/809sanagustin.jpg

Frases
Santo Agostinho

*       O orgulho é a fonte de todas as fraquezas, por que é a fonte de todos os vícios.
*       O supérfluo dos ricos é propriedade dos pobres.
*       Não basta fazer coisas boas – é preciso fazê-las bem.
*       A angústia de ter perdido, não supera a alegria de ter um dia possuído
*      Ter fé é assinar uma folha em branco e deixar que Deus nela escreva o que quiser.
*       A medida do amor é amar sem medida.
*       Dois homens olharam através das grades da prisão; um viu a lama, o outro as estrelas.
*       Prefiro os que me criticam, porque me corrigem, aos que me elogiam, porque me corrompem.
*       O dom da fala foi concedido aos homens não para que eles enganassem uns aos outros, mas sim para que expressassem seus pensamentos uns aos outros.
*      O mundo é um livro, e quem fica sentado em casa lê somente uma página.